Vanessa Leite
Agradecimentos
É o fim de uma era. E eu não posso deixar de agradecer às pessoas que seguraram minhas mãos, enxugaram minhas lágrimas, trouxeram sorrisos ao meu rosto e me deram força e serviram de inspiração.
Esses são meus agradecimentos da minha tese de doutorado.
Durante os últimos quatro anos, sempre que alguém me perguntava "o que você faz?", eu cheia de orgulho respondia "sou doutoranda em neuroinformática".
E eu sabia que logo depois eu diria "a gente tenta entender como o cérebro funciona pra reproduzir esse comportamento em um tipo especial de computador chamado hardware neuromórfico".
As pessoas geralmente ficam surpresas e impressionadas: "nossa, você deve ser muito inteligente!".
Eu nunca me considerei inteligente.
Eu me esforcei bastante pra ser quem eu sou hoje, e pra ter todo o conhecimento que tenho.
Eu me considero muito esforçada, privilegiada e incrivelmente sortuda.
Não é por que eu sou inteligente, ou exclusivamente por meus esforços que hoje essa tese é completa.
Essa tese é resultado do apoio de muitas pessoas que passaram pela minha vida.
Quero começar dizendo como sou grata por todo o apoio de toda a minha família que mesmo sem realmente entender, aceitaram meus esforços em sair de São Luís pra fazer meu mestrado no Rio;
e, depois, de cruzar o Atlântico pra fazer o doutorado na Suiça.
Sou incrivelmente grata pela minha mãe, Andréa, que com seu jeitinho único, sempre me incentivou a estudar e ser melhor;
e pela minha mermã, Brenda, que segurou as pontas dentro de casa e me deu o amor da minha vida, Benicio: uma razão a mais para continuar lutando e correr atrás dos meus sonhos.
Seria ingênuo acreditar que essa jornada se iniciou quando Giacomo me aceitou no programa de doutorado.
De fato, essa jornada começou quando meus antigos professores me disseram que eu podia fazer mais, e me deram suporte para tanto.
Eu sou muito grata aos meus antigos professores, em especial, Anselmo Paiva, Aristófanes Silva, Carlos de Salles, e Marcelo Gattass.
Eles foram peças fundamentais na minha carreira academica. Não posso espressar o quanto eu valorizo as opiniões deles, e toda a ajuda que eles me ofereceram durante meu bacharelado, mestrado, e até agora no doutorado.
Eu preciso agradecer a todos os meus amigos BRs, que em Zurique ou mesmo no Brasil, me ajudaram a sentir que minha zona de conforto não estava tão longe.
Muito obrigada, Friedrich Garcez, Isadora Martins, Camila Silva, Humberto Victor, Adriano Reis, Taniel Martins, Bethania Souza, Mariana Gliesh, Fabiola Maffra (e Lucas e Mia), Eliana Goldner, Paula Rodrigues, Eduarda Morsch, Priscilla Matos, e Lais Guimarães por iluminarem meus dias nessa cidade nublada, fria e cinzenta.
Trabalhar em dois grupos no Instituto de Neuroinformática (INI) tem sido maravilhoso, e o INI se tornou minha segunda casa.
Muito obrigada a todos do INI, todo mundo que me deu sugestões e comentários sobre meu projeto, e como preparar apresentações, ao time da administração, e a todos os meus colegas, em especial a quem esteve comigo no Grupo de Sistemas Neuromórficos Cognitivos e no grupo do Matthew Cook: Julia Buhmann, Nils Eckstein, Moritz Milde, Ethan Palmiere, Xander Nedergaard, Melika Pavyland, Mohammad Ali, Matteo Cartiglia, Alpha Renner, e Carsten Nielsen.
Obrigada Zhe Su, Junren Chen, e Adrian Whatley pelas conversas, ideias e ajuda direta nessa tese.
Muito, muito obrigada em particular para as pessoas que me receberam em suas vidas: Karlita Burelo, Nicoletta Risi, Raphaela Kreiser, Renate Krause, Giorgia Dellaferrera, Arianna Rubino, Matilde Tristany, Dmitrii Zendrikov, Lucas Pompe, Gala Sanchez, Tavo Siller, Luca Zuccarini (and Braska!), Marco Eppenberger, e Andrea Magazzini.
Eu não poderia ser mais feliz em ter conhecido todos vocês, e eu genuinamente aprecio a amizade, todos os abraços e amor que recebi.
Obrigada a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, me deram suporte: Vanessa Machado, Roberto Azevedo, e minha bolsa da União Européia.
Eu não tenho palavras pra agradecer Matthew Cook.
Matthew esteve ao meu lado desde meus primeiros passos na Suiça. Ele chorou comigo quando eu encontrei problemas; ele me ajudou a encontrar soluções quando eu não conseguia ver saídas.
Ele me aconselhou não apenas nos meus projetos e nessa tese, mas também na minha vida pessoal, e me ajudou a criar uma sensação de futuro. Obrigada, Matt, por todas as cervejas e gin tonicas que bebemos, por me trazer gin e marshmallows quando elegemos o pior presidente da história do Brasil (#elenao).
Obrigada por aliviar meus momentos de estresse e me distrair quando eu precisava mas não conseguia perceber. Obrigada por sempre estar disponível quando eu precisava colocar pra fora minhas frustrações e reclamar sobre tudo e qualquer coisa.
Seria maravilhoso que todo mundo pudesse ter um Matthew em suas vidas.
E, finalmente, minha mais profunda gratidão ao Giacomo Indiveri.
Giacomo tem sido o melhor orientador, como eu jamais poderia imaginar. Eu sou imensamente grata pela oportunidade, pelo projeto, por todos os conselhos, pela paciência, e pelo apoio.
Não apenas ele me guiou nessa jornada acadêmica, mas também me apoiou quando lutei por igualdade de gênero, e ele abriu caminhos para o que ainda está por vir em minha vida.
Foi o apoio dele que me permitiu ter uma voz, e me sentir empoderada e confiante.
E mesmo com a agenda completamente cheia, ele sempre encontrou tempo pra mim, pra minhas reclamações e minhas dúvidas. Sinto muito, mas nem tanto, por todos os TikToks, e eu só posso desejar que um dia eu seja inspiração para os outros como você é pra mim.
De modo geral, não posso fingir que não tive medos, nem dizer que o doutorado foi um mar de rosas.
Entretanto, eu não posso negar esse imenso sentimento de gratidão.
Esse doutorado tem sido uma jornada incrível. E não é apenas sobre todo o conhecimento e formação acadêmica que recebi. É, e eu arrisco dizer na maior parte, sobre todas as pessoas que eu tive ao redor durante esses anos. Todos vocês estiveram comigo nos bons e maus momentos, e foi o apoio de vocês que me ajudou a continuar, e que me trouxe até aqui.
Durante esses anos, eu amei e fui amada;
eu li e escrevi, viajei e construí um lar;
Eu pensei e sonhei, aprendi e ensinei;
Eu ri e chorei, eu lutei e fiquei quieta;
Eu andei pelo meu próprio caminho e aceitei rotas que já eram conhecidas;
Eu fiz amigos e mudei quem eu sou.
Esse doutorado foi um enorme privilégio e minha maior aventura. Eu sei que eu reclamei.
E mesmo assim, eu vou sentir falta de cada pedacinho dele.